
Quando o silêncio da noite me atormenta
E pensamentos de um amor me invadem
Perco-me em curvas e trilhas
E nelas não vejo tuas mãos.
Somente meu olhar perdido
à procura de algo palpável
que possa transmitir o calor
O amor que tanto esperei.
Teu vulto, uma sombra fria,
Observa...
Sem querer suspeitar presença
Apenas espreita
Murmura,
Pensa e, trancado em palavras,
Desaparece deixando-me perdida e
Só em meus pensamentos.
A noite parece mais fria
Cheia de medos e lamentos.
Recolho minhas dores
Busca de pedaços de momentos
Acalentado numa saudade eterna.
Os dias passam
Os dias passam
As noites frias retornam
E com elas todo esse vazio imenso
Toda uma saudade que consome.
Por vezes me pergunto, quem sou eu?
Por vezes me pergunto, quem sou eu?
Pois tantas foram as vezes
que saí de mim para ser outro alguém.
Sou metade de mim
Sou pedaço de mim
Onde meu todo se perdeu.
***
(Tânia Carvalho)