Pela visão de um mundo solene,
Justo, perene...
Não pelo saber do que fiz ou sou
Mas pelo seu cerne.
Não foi por tí que chorei à anos atrás,
Perante a morte.
Não foi cobardia ou submissão
A tristeza (que sorte; o que me custou!).
Foi mais um acto de ser,
Talvez a fúria de viver
Que me emocionou.
Porque escrevo?
Pelo amor!
Pelo vigente ardor
Da alma.
E agora que somos mais que carne,
Talvez queiras partilhar do seu charme.
Da vida, do fulgor.
Não me iludo a procurar razões,
Não me desgasto a antever consequências,
Ou descobrir profecias.
Escrevo sómente por escrever à toa
Como derradeiro Messias, como ave que voa
Sentir Fernando,
Escrever Pessoa.
Mas não dou ao demo a cardada
Que arrependimento não mata nem nada!
Conquanto não seja demasiado,
Pois não me agoire a sorte o ter provocado.
O poema de escrever é o poema de viver,
E que importa o resto?
Viver para escrever,
Escrever para viver...
(Pedro Piloto Casimiro)
1 comentário:
Eu gostava de ter o dom da escrita mas não tenho.
Este texto é muito belo.
Obrigada por mo dar a conhecer
Tyara
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