no pálido clarão, que o fundo esmalta,
a minha fantasia que se exalta,
vê passar mil visões, como em fileira.
Como as fagulhas correm na madeira
e morrem, passam elas na ribalta;
nem uma só lembrança ali me falta
de tanto que passei na vida inteira!
Oh! deixem-me sonhar um sonho infindo!
Dormir é reviver. Quero, dormindo,
viver o meu passado tão risonho!
Não me despertes, anjo da saudade...
Tanto sonho já foi realidade;
já foi realidade... e agora é sonho!
(D. João da Câmara)
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