Adormecidas no seu amor, na sua flor de universo,
A ardente cor da vida ignorando
Sobre um leito de areia e de acaso abolido.
Livremente os beijos desde seus lábios caem
No mar indomável como pérolas inúteis;
Pérolas cinzentas ou talvez cinzentas estrelas
Ascendendo até ao céu com luz desvanecida.
Por detrás da noite o mundo silencioso naufraga;
Por detrás da noite rostos fixos, mortos, se perdem.
Só essas sombras brancas, oh brancas, sim, tão brancas.
A luz também dá sombras, mas sombras azuis.
(Luís Cernuda)
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