Do silêncio acordado em pleno dia
ao selvagem frenesi dos meus sonhos
por mim passam, dissonantes,
medonhos alaridos de uma irada histeria
*
Um psicopata a mil mortes por hora
almejando do sentir o sentido
com o gume do seu verso o desflora
violando o seu fundo adormecido
*
Desenho borboletas no teu dorso
Quimera a sangue frio da impaciência
a que as minhas mãos quentes obedecem
*
Almas confusas e sós estremecem
sob destroços do caos, da contingência
Bolas de neve rolam sem remorso
(Nuno Homem Cardoso)
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