terça-feira, 25 de outubro de 2011

Soneto

Nasci – logo a meus pais custou dinheiro

o baptismo, que Deus nos dá de graça.

Tive uso de razão – Perdi a graça –

dei-me ao rol chegou a páscoa – dei dinheiro.


Quis casar com uma moça – mais dinheiro.

Brinquei com ela – não brinquei de graça:

Que aos nove meses me custou a graça

Para o Mergulhador capa e dinheiro.


Morreu minha mulher – não achei graça

e menos graça no arbitral dinheiro

da oferta; que o prior não vai de graça.


Se o ser sacristão requer sempre dinheiro,

como cumprem com dar graças de graça

o que as graças nos vendem por dinheiro?

***

(Filinto Elísio)

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