quinta-feira, 17 de julho de 2008

Poema para os que compreendem


Malvada sede a do guerreiro insaciável do sangue
Sangue preto igual ao branco mais branco mais branco

Insuportável arma que se vende se vende e trespassa
A fronteira da razão o corpo indivisível da liberdade

Ninguém pede misericórdia ou uma palavra de consolo
Tudo se limita ao construir de novos impérios

Ali não há tempo de fugir tudo é o fim e o princípio
Caminho cruel que termina sempre numa cova
No impacto de uma bala ou duma bandeira

Ao longe longe muito longe e agasalhados
Gigantes vermelhos vermelhos vermelhos que nunca mais acabam
Esfregam as mãos de contentes até arderem de gozo

Mais abaixo no despir do seu calor e da dúvida
Outro fogo consome irmãos devora esperanças

Faz morrer a luz nos olhos das crianças.
(José António Gonçalves)

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