domingo, 14 de agosto de 2016

Anadiómene


Das marinhas espumas engendrada,
essa que vai nas águas cristalinas
sobre a concha de nácar, embalada
pelo coro das horas vespertinas,
*
da onda que a gerou, ao sol doirada,
no seio ostenta as curvas peregrinas;
deu-lhe a sereia a voz enamorada,
veste-a de encanto a graça das Ondinas...
*
Ao clarão que em seus olhos amanhece,
a Natureza alvoroçada acorda
e de prazer e júbilo estremece,
*
porque do Amor a misteriosa essência
dos seus peitos, já túmidos, transborda
como o supremo encanto da existência.








***
(António Feijó)

Sem comentários: