quarta-feira, 4 de junho de 2008

...

Porque escrevo?
Pela visão de um mundo solene,
Justo, perene...
Não pelo saber do que fiz ou sou
Mas pelo seu cerne.
Não foi por tí que chorei à anos atrás,

Perante a morte.
Não foi cobardia ou submissão
A tristeza (que sorte; o que me custou!).
Foi mais um acto de ser,

Talvez a fúria de viver
Que me emocionou.
Porque escrevo?

Pelo amor!
Pelo vigente ardor
Da alma.
E agora que somos mais que carne,
Talvez queiras partilhar do seu charme.
Da vida, do fulgor.
Não me iludo a procurar razões,

Não me desgasto a antever consequências,
Ou descobrir profecias.
Escrevo sómente por escrever à toa
Como derradeiro Messias, como ave que voa
Sentir Fernando,
Escrever Pessoa.
Mas não dou ao demo a cardada

Que arrependimento não mata nem nada!
Conquanto não seja demasiado,
Pois não me agoire a sorte o ter provocado.
O poema de escrever é o poema de viver,

E que importa o resto?
Viver para escrever,
Escrever para viver...
(Pedro Piloto Casimiro)

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu gostava de ter o dom da escrita mas não tenho.
Este texto é muito belo.
Obrigada por mo dar a conhecer

Tyara