domingo, 2 de novembro de 2008

Ter tempo


Aqui pode ser longe dentro de mim
Há sempre a música imprevista de um verso novo
Assomando no postigo do momento.
Quem dera que o tempo que tenho
Fosse tempo de ter tempo como não tenho agora.
Um qualquer tempo lento, sonolento
Que, livre, me desse tempo para semear o meu tempo
Tempo de viajar vagarosamente
Pelos meandros da memória.
Que não os silêncios que perdemos
No afã do tempo que não temos.
Sei que o tempo me consome,
que envelheço, que entristeço.
Que nesta procura do tempo que passa,
perco o tempo que procuro
Na busca do tempo que não tenho.
(Autor Desconhecido)

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