quarta-feira, 6 de maio de 2009

Sem Rumo

Não sei onde me levam os caminhos
Da peregrinação a que me dei:
Se a planaltos azuis de rosmaninhos,
Se a cavernas de bárbaros, não sei.
*
Ouvi cantar no céu a voz dos ninhos,
E, à voz dos ninhos vivos, acordei.
Peguei no meu bordão, todo de espinhos,
Fiz-me à jornada e nunca mais parei.
*
Sangram-me os pés de só pisar abrolhos.
São dez chagas vermelhas os meus dedos
E dois galhos trementes os meus braços.
*
Entrou a noite dentro dos meus olhos.
Anjo da Guarda, ensina-me os segredos
De andar na vida sem perder os passos.
***
(Moreira das Neves)

2 comentários:

WildMindMan disse...

"O degrau da escada não foi inventado para repousar, mas apenas para sustentar o pé o tempo necessário para que o homem coloque o outro pé um pouco mais alto."

Passei e contemplei uma Flor.

^º^

Cristiana disse...

Gosto quando as pessoas aliam sentido de oportunidade a boas palavras.
Obrigada por enriquecer o sentido/mensagem deste poema que considero lindo!

:-)

Volte a passar porque há sempre flores que desabrocham...