segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Um barco nas águas ao de leve sonoras


Um barco parado nas águas ao de leve sonoras.
Enquanto a noite desce como um lençol suavemente escuro
apagando o rio,
que era azul e agora já é um espelho prateado virado para fora de si.
alongado pela escuridão que se recolhe nos olhos, de quem olha.

Há em tudo uma paz impossível, e eu vejo o teu rosto e tu pareces não ser.

Olho-te de novo, e tu olhas-me assim:
tão distante e ausente que me deixas mais nu.

Eu sei:
sou aquele que te ama do fundo deste rio que agora nos faz juntos.
e estamos sempre sozinhos.
A partir de agora, entre nós
não haverá mais segredos.
***
(José Alberto Mar)

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