sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Amo-te

Amo-te como a planta que não floriu
e tem dentro de si, escondida, a luz das flores,
e, graças ao teu amor, vive obscuro em meu corpo
o denso aroma que subiu da terra.
Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde,
amo-te directamente sem problemas nem orgulho:
amo-te assim porque não sei amar de outra maneira
a não ser deste modo em que nem eu sou nem tu és,
tão perto que a tua mão no meu peito é minha,
tão perto que os teus olhos se fecham com meu sono.
(Pablo Neruda)

2 comentários:

Anónimo disse...

Pablo Neruda, Fernando Pessoa e todos os seus heterónimos, Eugénio de Andrade são algumas das suas belas escolhas.
Nao é preciso dizer mais nada :o)
**

Cristiana disse...

Gostar de poesia sem ter preferências por um ou outro poeta, é algo que não creio ser possível, como em tudo, aliás.
Gostar dos mesmos que você, é uma feliz coincidência :-)

Obrigada.