Aqui pode ser longe dentro de mim:
há sempre a música imprevista de um verso novo
assomando no postigo do momento.
Quem dera que o tempo que tenho
fosse tempo de ter tempo
como não tenho agora.
Um qualquer tempo lento, sonolento
que, livre, me desse tempo para semear o meu tempo
Tempo de viajar vagarosamente
pelos meandros da memória.
Que não os silêncios que perdemos
no afã do tempo que não temos.
Sei que o tempo me consome,
que envelheço, que entristeço.
Que nesta procura do tempo que passa,
perco o tempo que procuro
na busca do tempo que não tenho
(Autor Desconhecido)
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