
a cadeira está vazia, um corpo ausente 
não aquece a madeira que lhe dá forma 
e não ouço o recado que me quiseste dar 
nem a tua voz forte que grita meninos 
na hora de acordar 
ouço o teu abraço, no corredor em gaia 
e os olhos molhados pela inusitada despedida 
o sol foge 
mas o crepúsculo desenha a sombra que 
tenho colada aos pés 
ou o espelho, coberto com a tua face 
pai, digo-te 
a minha sombra és tu 
***
(Jorge Reis-Sá)
(Dedicado ao meu pai, com eterna saudade e amor.)
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