terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Lavo as insónias


Abrigo o meu pranto
no marejar mudo das rochas,
onde florescem as giestas
num preludio primaveril

Lavo as insónias
no relento das madrugadas
que chegam arrogantes
ao relevo do meu corpo febril

Descalça, trajo-me de sal,
e o reflexo do meu olhar
perde-se
no enrodilhar tumultuoso
das sensações
vazias de aridez

Deixo-me sucumbir
ao silencioso cantar frenético
dos pássaros,
aos afoitos raios solares
e perco-me nas encostas de ti.
***
(Liliana Jardim)


Sem comentários: