
Abrigo o meu pranto
no marejar mudo das rochas,
onde florescem as giestas 
num preludio primaveril
Lavo as insónias 
no relento das madrugadas
que chegam arrogantes 
ao relevo do meu corpo febril
Descalça, trajo-me de sal,
e o reflexo do meu olhar 
perde-se 
no enrodilhar tumultuoso
das sensações 
vazias de aridez
Deixo-me sucumbir
ao silencioso cantar frenético
dos pássaros,
aos afoitos raios solares 
e perco-me nas encostas de ti.
***
(Liliana Jardim)
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