quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Amor a sangue frio


Do silêncio acordado em pleno dia
ao selvagem frenesi dos meus sonhos
por mim passam, dissonantes,
medonhos alaridos de uma irada histeria
*
Um psicopata a mil mortes por hora

almejando do sentir o sentido
com o gume do seu verso o desflora
violando o seu fundo adormecido
*
Desenho borboletas no teu dorso

Quimera a sangue frio da impaciência
a que as minhas mãos quentes obedecem
*
Almas confusas e sós estremecem

sob destroços do caos, da contingência
Bolas de neve rolam sem remorso
(Nuno Homem Cardoso)

Sem comentários: