domingo, 15 de fevereiro de 2009

O ponto de partida


Será este o ponto de partida,
obscuridade incerta
e sobre o fundo sombrio da morte?
A esperança nascerá deste branco vazio
e desta mão de cinza?
O viajante entrou num barco ou numa árvore
que o soergue, ainda hesitante, na imensidade
de uma sombra de astro.
Ele aproxima-se de formas vagas,
de espelhos entre pedras,
e junto a um muro sob as estrelas
uma figura de orvalho descalça sobre as ervas.
Tudo flutua ainda, dentro da poeira azul
e púrpura e tudo está esparso e reunido
como na primeira consciência deste mundo
tão longínquo e tão presente
como se o sol fosse um perfume
que da montanha descesse sobre as palavras ditas.
**
(António Ramos Rosa)

2 comentários:

Anónimo disse...

excelentes poemas, poetas e umas imagens lindas!
Parabens Cristiana, pela ideia de juntar flores e poemas
Resulta numa união perfeita

Cristiana disse...

Obrigada.
É um blog motivado pela paixão que tenho pela poesia e achei que merecia ter algo de belo a fazer-lhe companhia :-)
E as flores são o quê, se não beleza pura?
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