(Aos homens do 25 de Abril)
*
O sangue aqui renasce.
Na terra revolvida
rebentam ervas novas
(as horas más passaram).
O Sol - um outro sol - aqui se inventa
por sobre a lenta
erosão da estrada.
Aqui ou nunca.
Ou nada!
A voz aqui rebenta
e é não mais calada.
Por novas leis se fundam
de fibra as pulsações:
o corpo-a-corpo antigo a antiga pele
não mais hão-de pisar
a esperança semeada.
Ardentes leivas vivas avivaram
nossa canção maior.
Um girassol prossegue.
Renasce o sangue aqui
em flores de dádiva.
***
(João Rui de Sousa)
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