segunda-feira, 2 de maio de 2011

Final



De mãos escassas nuas a flor frágil

renasce sem motivo senão vê-la

tardia nos caminhos

que até aqui me trouxeram, e a surpresa,

a nitidez dos colos tranquilos

onde as searas são o dia-a-dia

já maduras e a estrada que entre os campos

me leva desconheço hoje para onde

nem como nem porquê entre cidades

e plainos navegando e vendo as árvorese

o seu perfil exacto contra o céu.

Digo-me tanto aqui hei-de passar

que um dia o silêncio se abrirá

no rasto que existia na memória

e as lembranças se irão, morto estava

o desejo de flores e as mãos escassas

preparavam o seu fim

sem que a pena ou o medo as desviasse.

***

(Nuno Dempster)

1 comentário:

Luiz Fabiano disse...

muito lindo seu blog. <a href="http://www.floriculturanaweb.com.br" title="Floricultura na Web - Flores e Cesta de Café da Manhã>Flores</a> e poesia são uma combinação perfeita.