terça-feira, 24 de maio de 2011

O Boi da Paciência



Teoricamente livre para navegar entre estrelas

minha vida tem limites assassinos

Supliquei aos meus companheiros: Mas fuzilem-me!

Inventei um deus só para que me matasse

Muralhei-me de amor

e o amor desabrigou-me

Escrevi cartas a minha mãe desesperadas

colori mitos e distribuí-me em segredo

e ao fim e ao cabo

recomeçar

Mas estou cansado de recomeçar!

***

(António Ramos Rosa)

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