E a estrela perdeu-se na noite deserta...
Tentar procurá-la, para quê, se era em vão?
Deixaram-me em casa com a porta aberta
Mas eu bem compreendo que estou em prisão.
*
Talvez que pensassem mal imaginário
a mágoa de uns olhos em rosto bravio
Mas eu bem me sinto peixe em aquário
e sei a amargura de sonhá-lo num rio.
*
Mas eu bem compreendo o cruel desalento
dos gestos frustrados, perdidos no ar.
Foi curta a mensagem, findou meu tormento.
E não vale a pena o que está por contar.
***
(Maria Manuela Couto Viana)
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