sexta-feira, 12 de março de 2010

Suave


Sincera como as crianças
falas com o corpo todo.
Ainda quando descansas
há peixes vivos no lodo.
Recebem-me as tuas pernas,
durmo encostado ao teu braço,
tuas rudes frases ternas
lavam o rumo que faço.
Se neste Inverno me alargo
pelos caminhos adversos,
és tu o café amargo
que aquece o peito aos meus versos.
O teu sorriso perfeito,
mais leve que um voo de ave,
é o leito em que me deito,
suave, suave, suave, suave.
***
(Vasco Costa Matos)

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