sábado, 31 de outubro de 2009

A Flor Que És


A flor que és, não a que dás, eu quero.
Porque me negas o que te não peço.
Tempo há para negares
Depois de teres dado.
Flor, sê-me flor!
Se te colher avaro
A mão da infausta esfinge,
tu perere Sombra errarás absurda,
Buscando o que não deste.
***

(Ricardo Reis)

2 comentários:

josé luís disse...

ricardo tinha qualquer coisa com as flores... também escreveu:

«Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.»

Cristiana disse...

Verdade. :-)

E ainda bem que tinha!