O meu olhar azul como o céu
É calmo como a água ao sol
É assim, azul e calmo...
Porque não interroga nem se espanta...
Se eu interrogasse e me espantasse
Não nasciam flores novas nos prados
Nem mudaria qualquer coisa no sol
De modo a ele ficar mais belo...
(Mesmo se nascessem flores novas no prado
E se o sol mudasse para mais belo,
Eu sentiria menos flores no prado
E achava mais feio osol...
Porque tudo é como é e assim é que é
E eu aceito e nem agradeço,
Para não parecer que penso nisso...)
***
(Alberto Caeiro)
4 comentários:
pudesse eu viver sempre num prado assim de palavras...
como nas do poema seguinte:
«(...)
O essencial é saber ver,
Saber ver sem estar a pensar,
Saber ver quando se vê,
E nem pensar quando se vê
Nem ver quando se pensa.
Mas isso (tristes de nós que trazemos a alma vestida!),
Isso exige um estudo profundo,
Uma aprendizagem de desaprender
(...)»
será este o nosso fado, sermos eternos guardadores de palavras?
É bem possível que sejamos...
Guardadores de palavras e de sonhos, acrescento eu.
Obrigada por ajudar a enriquecer este blogue com as suas palavras (as que guarda, talvez?)
:-)
Não poderia deixar passar a oportunidade de me estrear neste teu belo jardim, mas ao olhar para o titulo do poema em questão não resisti, por 2 motivos: o 1º pela beleza do mesmo, isso é inquestionavel, o 2º motivo é porque mesmo sabendo que é um dos teus autores favoritos, gostaria de ter visto a tua cara , ao não conseguir modificar aquele "olhar azul" para um preferido da tua côr lol:-).Apesar de ser a minha estreia de comentador neste teu maravilhoso espaço, quero que saibas que sou um observador atento de tudo que escreves aqui:-).Um beijinho enorme para ti sempre a duplicar:-)
Luís,
eu adoro vermelho mas olhos vermelhos não me ficariam bem de certeza.
Sei que não porque quando choro não gosto deles! rs
Mas se pensar nos olhos vermelhos de um coelhinho branquinho já me agrada.
Nele, sim, em mim não me favorecia de certeza...rs.
Obrigada pelo carinho, pelas visitas frequentes, pelas palavras e acima de tudo pela tua amizade que tanto prezo.
Beijinhos, sempre a duplicar, claro está!
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