Na superfície do meu corpo
palmilhada pelos teus dedos
reluzem cristalinos ainda
os sinais de tuas mãos
que são de sal e suor
*
Das paredes e dos móveis
e até dos espaços vazios,
nos lugares por onde andamos,
na retina, e na memória
ressurge a tua presença.
*
E esse estares em mim
é o tempo da colheita
o tempo de tudo ter,
é o banquete da vida
que nos devolve ao principio
de sentir que tudo volta
a ser na sua inteireza.
*
E nesse estado de graça
não busco fundo nem longe
o nirvana dos ascetas,
me basta a luz que emana
se sentir que a batida
no meu peito é igual
à pulsão que te anima.
***
(Ângela Santos)
2 comentários:
(...e esse estares em mim é o tempo da colheita o tempo de tudo ter...)
gostei - e também voltei aos poemas de amor
(volta-se sempre, não há volta a dar...)
Tem razão, "volta-se sempre, não há volta a dar..." amor é tema que está sempre presente. Até quem tem desamores fala dele...
:-)
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