terça-feira, 27 de abril de 2010

Amo-te

Amo-te como a planta que não floriu
e tem dentro de si, escondida, a luz das flores,
e, graças ao teu amor, vive obscuro em meu corpo
o denso aroma que subiu da terra.
Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde,
amo-te directamente sem problemas nem orgulho:
amo-te assim porque não sei amar de outra maneira,
a não ser deste modo em que nem eu sou nem tu és,
tão perto que a tua mão no meu peito é minha,
tão perto que os teus olhos se fecham com meu sono.
***
(Pablo Neruda)

2 comentários:

josé luís disse...

(... há quanto tempo não lia isto... :)...)

Cristiana disse...

E que bem que sabe, não é?
:-)