quinta-feira, 22 de abril de 2010

Anseio


Amor, vivo tão só, nesta tristeza,
onde minh'alma se desfaz em pranto,
longe do teu olhar cheio de encanto,
em que fiquei eternamente presa.
*
Tão longe ando de ti,
numa incerteza de ter-te, minha vida!
E entretanto, vai crescendo este amor,
mas tanto e tanto, em místico fervor como quem reza!...
*
Ando faminta, cheia de desejo dessas carícias
tão de mim ausentes,
que me enlouquecem, e que em ti prevejo...
*
E morro na paixão que mal pressentes,
e perdem-se pelo ar cheios de pejo
os beijos que te dou e tu não sentes...
***
(Helena Verdugo Afonso)

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