
A manhã era clara, refulgente. 
Uma manhã dourada. Tu passaste. 
Abriu mais uma flor em cada haste. 
Teve mais brilho o sol, fez-se mais quente. 
*
E eu inundei-me dessa luz ardente.
E eu inundei-me dessa luz ardente.
Depois não sei mais nada. Olhei... Olhaste... 
E nunca mais te vi... - Raro contraste! - 
A madrugada transformou-se em poente. 
*
Luz que nasceu e apenas cintilou!
Luz que nasceu e apenas cintilou!
 Deixou-me triste assim que se apagou, 
às vezes fecho os olhos; vejo-a ainda... 
*
E há tanto sol dourando esses trigais!
E há tanto sol dourando esses trigais!
Olhaste, olhei, fugiste... 
Ai nunca mais, nunca mais tive outra manhã tão linda!
*** 
(Virgínia Victorino)
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