quinta-feira, 22 de abril de 2010

Quando te vi


A manhã era clara, refulgente.
Uma manhã dourada. Tu passaste.
Abriu mais uma flor em cada haste.
Teve mais brilho o sol, fez-se mais quente.
*
E eu inundei-me dessa luz ardente.
Depois não sei mais nada. Olhei... Olhaste...
E nunca mais te vi... - Raro contraste! -
A madrugada transformou-se em poente.
*
Luz que nasceu e apenas cintilou!
Deixou-me triste assim que se apagou,
às vezes fecho os olhos; vejo-a ainda...
*
E há tanto sol dourando esses trigais!
Olhaste, olhei, fugiste...
Ai nunca mais, nunca mais tive outra manhã tão linda!
***
(Virgínia Victorino)

Sem comentários: