quarta-feira, 13 de abril de 2011

Tu já me arrumaste no armário dos restos



Tu já me arrumaste no armário dos restos

eu já te guardei na gaveta dos corpos perdidos

e das nossas memórias começamos a varrer

as pequenas gotas de felicidade que já fomos.

Mas no tempo subjectivo

tu és ainda o meu relógio de vento

a minha máquina aceleradora de sangue

e por quanto tempo ainda

as minhas mãos serão para ti

o nocturno passeio do gato no telhado?

***

(Isabel Meyrelles)

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