sábado, 19 de abril de 2008

Anoitecer

É como o sono que se aproxima,
recolhendo as suas asas,
ofuscante matéria do horizonte,
algo assim,
pesado,
batendo na cara,
na sua ardente solidão.
Em certas noites o vento canta.
No oásis cresce uma vegetação de pranto
e num porto sem luzes
aproximam-se as sombras da melancolia.
Um sino toca algures
onde se enlouquece.
Procuro-te ainda,
no interior da névoa,
no assombro das ilhas.
(José Agostinho Baptista)

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