segunda-feira, 21 de abril de 2008

Seria o amor português


Muitas vezes te esperei,
perdi a conta,
longas manhãs te esperei
tremendo no patamar dos olhos.
Que importa que batam à porta,
façam chegar jornais
ou cartas de amizade um pouco
- tanto pó sobre os móveis tua ausência.
Se não és tu, que me importa?
Alguém bate, insiste através da madeira,
que me importa que batam à porta,
a solidão é uma espinha
insidiosamente alojada na garganta.
Um pássaro morto no jardim com neve.
(Fernando Assis Pacheco)

Sem comentários: