quinta-feira, 29 de maio de 2008

Apenas sou tua


No voltear da caneta
As mãos trêmulas
Abraçam palavras e desejos
Há sempre no olhar
O suspiro que se contém
A ausência absoluta
Contando aos meus silêncios
A mesma história
Que te chama de minha saudade
São inúteis os dias
Distraídos em meus olhares
A vida, espectáculo perdido
Se não me sei debruçada
Nos braços do teu pensamento
Convocada pelos lábios da tua saudade
Na palma das minhas mãos
Deslizam letras e anseios
Ocultando-me em labirintos de afectos
Não há o impossível, nem a tua falta
Quando nua de segredos
Deixo-me afagar pela poesia
Que me declama por ti
E envolve-me numa vertigem lenta
Em meio a memória da ternura
O universo do meu corpo
Suspira letras de desejo
Pronunciando apenas que sou tua
(Fernanda Guimarães)

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