terça-feira, 6 de maio de 2008

Não posso adiar o amor


Não posso adiar o amor para outro século,
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite
e arda sob as montanhas cinzentas.
Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio.
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
Não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração
(António Ramos Rosa)

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