segunda-feira, 25 de agosto de 2008

As palavras que nunca escutarás

Ausente,
não entendes as palavras
que deixo espalhadas pelo tempo.
Se as soubesses escutar...
Estão vivas as palavras
Soltam-se dos trigais...
levadas na dança do vento.
Espalham-se no ar
com o marulhar fascinante das ondas.
Ancoradas, como anjos, nas cores do arco-íris
Todas se soltam da minha boca emudecida
por essa tua ausência.
O tempo se encarrega de as calar...
(Helena Domingues)

1 comentário:

Anónimo disse...

"O tempo se encarrega de as calar..."...o tempo, onde o desejo alimenta os mais famintos e onde a vontade se perde na angústia da saudade. Talvez o sentir, aqui, seja muito mais do que pensar...diria que é simplemente deixar. Deixar o tempo, aqui e agora e viver o mais ínfimo nada, como se existisse apenas um mundo que se torna apenas nosso...Tempo onde o tempo não conta, onde o tempo não é tempo. É o tempo onde o podemos guardar, na nossa caixa que não se chega a fechar nunca. Porque nunca, é o tempo...(B)