domingo, 20 de abril de 2008

Deixa-me amar-te



Deixa-me amar-te em meus silêncios
Na calmaria do teu coração que me acolhe
E de onde se desprendem meus sonhos
Em vôos etéreos de plena liberdade

Deixa-me amar-te em minha solidão
Ainda que meus labirintos te confundam
E que teus fios generosos de compreensão
Se emaranhem no tapete dos meus enigmas

Deixa-me amar-te sem qualquer explicação
Na ternura das tuas mãos que me sorriem
Escrevendo desejos em versos despidos
Na minha alva tez que te cobre e descobre

Deixa-me amar-te em meus segredos
Para que desvendes o que também desconheço
A alma dos meus abismos, onde anoiteço
E meus olhos adormecem embalados pelo mistério

Deixa-me amar-te em tuas demoras, longas horas
Em que meu corpo se veste de céu à tua espera
E minhas mãos em frenesi acendem estrelas
Para alumiar-te, ainda que ausente estejas...

(Fernanda Guimarães)

2 comentários:

Anónimo disse...

obrigado por me dares a oportunidade de ler tantos poemas lindos, carregados de sentimento, intensidade, inspiracao e muita alma.

"E minhas mãos em frenesi acendem estrelas
Para alumiar-te, ainda que ausente estejas..."

Gostei de todos mas deste em particular.Tb gosto muito da imagem do teu blog, acho que tiveste muito bom gosto ;)

gmdt
Miguel

Cristiana disse...

Miguel, sempre um gentleman :-)

Não me agradeças e aproveita a leitura porque há alguns poemas que são realmente excelentes.

Obrigada a ti pelas palavras e pela visita.

Eu também gmdt e tu sabes disso :-)