Terra de semente inculta e bravia,
terra onde não há esteiros ou caminhos,
sob o sol minha vida se alonga e estremece.
*
Pai, nada podem teus olhos doces,
como nada puderam as estrelas
que me abrasam os olhos e as faces.
*
Escureceu-me a vista o mal de amor
e na doce fonte do meu sonho
outra fonte tremida se reflecte.
*
Depois... Pergunta a Deus
porque me deram o que me deram
e porque depois conheci a solidão do céu e da terra.
*
Olha, minha juventude foi um puro botão
que ficou por rebentar
e perde a sua doçura de seiva e de sangue.
*
O sol que cai e cai eternamente cansou-se de a beijar...
E o Outono.
Pai, nada podem teus olhos doces.
*
Escutarei de noite as tuas palavras:
... menino, meu menino...
*
E na noite imensa
com as feridas de ambos seguirei.
***
(Pablo Neruda)
(Poema lindíssimo que dedico ao meu pai com eterna saudade.)
5 comentários:
Lindo:-).Um beijinho super especial em duplicado, para ti que tanto adoro.As palavras não deixam de ser em certas alturas, um vazio que não se consegue preencher, do silêncio deste canto onde sabes poder sempre me encontrar, quero te dar um abraço muito forte e apertado para que sintas todo o carinho e amizade que tenho por ti:-).GMMDT:-)
lindíssimo...
(não sobram palavras)
Luís, sempre a surpreender pela positiva!
A vida é feito de pormenores e tu tens vários que vão fazendo parte da minha.
Obrigada, de coração.
Obrigada por tudo e um obrigada muito especial por seres a pessoa que és e pelo privilégio de ter a tua amizade.
Muitos beijinhos, sempre em duplicado, claro.
Também gosto muito muito de ti e sem abreviar. rsrs
José Luís,
tem razão, não sobram mesmo.
Fiz o que pediste, mas deixo aqui o meu obrigada por te lembrares desta data.
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