sábado, 14 de novembro de 2009

Pobre Amor


Calcula, minha amiga, que tortura!
Amo-te muito e muito, e, todavia,
Preferira morrer a ver-te um dia
Merecer o labéu de esposa impura!
*
Que te não enterneça esta loucura,
Que te não mova nunca esta agonia,
Que eu muito sofra porque és casta e pura,
Que, se o não foras, quanto eu sofreria!
*
Ah! Quanto eu sofreria se alegrasses
Com teus beijos de amor, meus lábios tristes,
Com teus beijos de amor, as minhas faces!
*
Persiste na moral em que persistes.
Ah! Quanto eu sofreria se pecasses,
Mas quanto sofro mais porque resistes!
***
(Aluísio Azevedo)

2 comentários:

prosas de outono disse...

Olá Cristiana,

sem dúvida um bonito poema. Boa escolha

Beijos
ALex

Cristiana disse...

Ainda bem que gosta.
Obrigada, Alex.