Calcula, minha amiga, que tortura!
Amo-te muito e muito, e, todavia,
Preferira morrer a ver-te um dia
Merecer o labéu de esposa impura!
*
Que te não enterneça esta loucura,
Que te não enterneça esta loucura,
Que te não mova nunca esta agonia,
Que eu muito sofra porque és casta e pura,
Que, se o não foras, quanto eu sofreria!
*
Ah! Quanto eu sofreria se alegrasses
Ah! Quanto eu sofreria se alegrasses
Com teus beijos de amor, meus lábios tristes,
Com teus beijos de amor, as minhas faces!
*
Persiste na moral em que persistes.
Persiste na moral em que persistes.
Ah! Quanto eu sofreria se pecasses,
Mas quanto sofro mais porque resistes!
***
(Aluísio Azevedo)
2 comentários:
Olá Cristiana,
sem dúvida um bonito poema. Boa escolha
Beijos
ALex
Ainda bem que gosta.
Obrigada, Alex.
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